«Pouco se tem sublinhado que, enquanto nos ficou do passado uma enorme quantidade de documentos escritos e visuais, nada nos ficou das vozes antes dos primeiros fonógrafos roufenhos do século XIX. Mesmo no que se refere à representação da palavra, nada ou quase nada foi feito antes de alguns grandes romancistas e dramaturgos do século XIX. Quero dizer que foram eles os primeiros a registar na sua espontaneidade, na sua lógica descontínua, nos seus complicados rodeios, nas suas lacunas e subentendidos, a conversação , sem a fazer passar pela estilização trágica ou cómica ou pela explosão lírica. Nem a Antiguidade nem qualquer um de dos séculos intermédios nos ofereceram o equivalente de uma conversa entre Pierre Bezhúkov e o príncipe Andrei, em Tolstói, entre o Rosmer de Ibsen e Rebecca West e o seu manhoso cunhado, ou ainda, nas duas pontas da cadeia, das reflexões de Vautrin explicando a Lucien o que pensava sobre a vida, ou da breve troca de palavras entre Marcel e o médico que
Conservador no melhor do que tem o tema, herdeiro de Loecke e admirador confesso de Burke. Anti-comunista e anti-socialista, acredito no porvir e na verdade do mundo, bem diversa do que oficialmente admitida.