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A mostrar mensagens com a etiqueta Guerra Rússia/Ucrânia

O herdeiro do estalinismo

 O mundo inteiro, ou quase, ficou pasmado com o discurso de Putin no passado dia 9 deste mês. Estamos em presença de um fenómeno perfeitamente identificável com o estalinismo. Um certo fundo filosófico, infelizmente já bem antigo e deformado de forma monstruosa por Estaline, foi novamente resgatado das profundezas do antigo regime soviético. A tradição literária russa fazia, com efeito, do diabo personagem indomável que nunca é mencionado mas que na sombra fornecia a chave para a resolução e compreensão da trama do romance. Gogol, antes da sua conversão, não deixou de interessar pelo tema com o seu indiscutível génio. Dostoievski disse-o de forma magistral, procurando através da via da mentira monstruosa a voz da verdade.     9 de maio em Moscovo, flanqueado pelo seu Estado Maior de múmias brejnevianas Putin justifica o injustificável (tradução da legenda) Quando a mentira se torna desconcertante, não apenas se trata os interlocutores de imbecis e se tenta humilhá-los, co...

O novo bloco de Leste

 Na esteira da guerra Ucrânia/Rússia a emergência de um novo bloco oriental tornou-se numa preocupação comum a todos os observadores e analistas políticos. Este bloco já não está mais centrado em Moscovo mas em Pequim. Muitos países asiáticos, assim como africanos e da América do Sul e até mesmo dos Balcãs, são satélites da China comunista.   Essencialmente porque os mesmos são devedores do Eximbank e do Estado chinês, entidades totalmente controladas, convém sublinhar, do partido de Xi Jing Ping. Desde o início da guerra na Ucrânia que Riad e Abu Dhabi questionaram Washington sobre a real estratégia americana para esta questão. Parece que a UE não está a ter em conta esta situação e, como sempre tem sido norma, os líderes europeus não estão bem cientes do que poderá vir a suceder a curto/médio prazo. A desestabilização do Médio-Oriente vai continuar e este novo bloco oriental, a leste do canal de Suez, baseado em negócios de petróleo, certamente irá provocar dificuldades ao m...

E o Trump é que era o carneiro!

O grande problema da nossa sociedade, não o único mas um dos principais, é o facto de uma série de "pacóvios" estarem à frente dos destinos do mundo assim como outra série de "pacóvios" (chamemos-lhes pacóvios II) acharem-se na vanguarda da moralidade e da inteligência, sempre prontos a denunciar com métodos estalinescos todos os que não compartilham das suas zarolhices mentais. É mais do que certo que com Trump esta guerra Rússia/Ucrânia não aconteceria em caso algum. Aliás, diga-se que já de há muito que Putin tentava a via bélica contra a Ucrânia, mas Trump impediu-o sempre de tal desidarato. Basta ler este editorial de Sean O´Grady para se confirmar o que acabei de dizer.  Mas como Trump não alinhava no circo LGBT nem era partidário de emigrantes a molhos pelas portas adentro sem controlo nem regras, era um filho daquela mãe, era um racista, um xenófobo e demais xenotolices dos pantocráticos de plantão. Tudo tão limpinho e direitinho, agora os tontinhos das xen...

UCRANIA X RUSSIA: A VERDADE QUE NAO TE CONTAM

  Para ouvir com atenção e reflectir. Como sempre e um pouco como em tudo, a imprensa nunca diz a verdade, ou seja, não que a imprensa esteja propriamente a mentir, apenas se ficam por meias-verdades.

A história é circular - os burros de antigamente ressuscitam nos burros actuais

O czar Pedro O Grande, como grande filho da puta que foi, procurou sempre durante o seu reinado abrir à Rússia uma janela para o Báltico ou para o Mar Negro. A tarefa nunca lhe correu de feição, pois a Sul tinha os Turcos a toldarem-lhe os movimentos e a Norte lá estavam os suecos prontos para dar umas chibatadas no seu exército.  Pedro era um devasso e um assassino; matou, mutilou, violou e desrespeitou centenas e centenas de súbditos por capricho e por ignorância política. Como grande cabrão que sempre foi, enquanto assinava um armistício com os turcos em 1698 depois de não conseguir os seus intentos no Mar Negro, negociava com os dinamarqueses e com os polacos uma ofensiva contra a Suécia. Em Agosto de 1700, Pedro deixou Moscovo com um exército de cerca de 40000 soldados para atacar a Suécia e fazer um cerco a Narva. Só que o rei sueco, Carlos XII, sabedor das trafulhices e da cobardia do czar russo, saiu-lhe ao caminho. Pedro, como bom cobarde que era, entregou o comando do ex...

Anda tudo tolo - conspirações e neoteorias

Esta mais recente guerra que o mundo está a viver demonstra na perfeição que algo não vai bem no reino dos crápulas. Mas este "algo" atrás referido é muito extenso, é descomunalmente confuso, desconexo e muito difícil de compreender em termos racionais.  Não deixa de ser paradigmático o facto de o presidente ucraniano ser hoje o herói desta sociedade faminta de heróis, falha de ideais, sem interesses fortes, sem uma identidade nacional definida perante uma globalização que engole e engolirá tudo e mais alguma coisa. Já não há nações, pátrias ou povos, segundo os ditames da "burraria" que controla os destinos do planeta e a aliança entre a plutocracia e a tal esquerda neanderthal , todos esses conceitos estão ultrapassados e são construções sociais (a maior BABOSEIRA INTELECTUAL do séc. XXI) tal como o ser-se homem ou mulher, grande ou pequeno, gordo ou magro, branco ou negro. Adiante, que tais tolices não merecem mais comentários... Mas dizia eu que o presidente Zel...

As novas guerras geradas pela guerra

 Era inevitável a balbúrdia que se seguiria à guerra propriamente dita. Para mais tendo em conta que esta guerra não tem justificação alguma válida. Pode até dar-se o caso de Putin querer apoderar-se de certas zonas ricas em hidrocarbonetos e ricas agricolamente, ou até sonhar com um neo-império soviético, mas nada disto pode justificar uma invasão de um país (apesar de a Ucrânia ser um Estado falhado e ter supostamente um governo de base nazi). E esta burrice vai custar caro à Rússia num futuro já bem próximo. O seu líder, que hoje e bem vistas as coisas, não passa de um burro (chamar-lhe burro é ser macio, a classificação deveria ser bem pior) tem já a cabeça a prémio entre as elites russas. Este burro vai ficar na história russa como o responsável directo pelo atraso russo e pela falência do Estado e da sociedade russas. O regime já está a ser minado por dentro e a sua queda poderá ser uma questão de pouco tempo. Já circulam notícias a prever uma bancarrota eminente da Rússia. O...

Ucrânia - crónica de um país falhado

À margem de todos os impérios, a ascensão da Ucrânia enquanto país independente de facto e culturalmente adquirido, apenas se processou em 1917 com o Tratado de Brest-Litovsk que sancionou a saída da Rússia da 1ª Guerra Mundial. Mas a existência da Ucrânia independente foi efémera e no final de 1921, depois da Guerra Civil russa, em que participaram quer a Ucrânia quer a Bielorússia, o território ucraniano passou novamente para a órbita russa, neste caso, para a recém-transformada URSS. Anteriormente ao século XX não havia distinção entre russos, ucranianos e bielorrussos, todos faziam parte de um mesmo mosaico de povos eslavos unidos num sentimento comum de pertença ao antigo Império Russo. No século XVII, na época plena dos Czares, o relacionamento entre russos e ucranianos, ou melhor, entre o Império Russo e a região da Ucrânia, foi firmado com o « Tratado da Paz Eterna » que previa a protecção e a cooperação entre os territórios. Alguns analistas modernos pretendem ver nesse trata...