Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens com a etiqueta finanças

Porque só falam no Estado Novo e esquecem a vergonhosa 1ª república? Parte III

  Nascido de uma conspiração o golpe militar de Braga desceu a Lisboa sem resistência visível, sem qualquer mobilização civil para se lhe opor, sem qualquer projecto alternativo ao liberalismo republicano. A Revolução de Maio tanto cooptou uma parte da elite política do regime deposto como viu acrescentar-lhe nas suas fileiras a oposição monárquica e os jovens fascistas [subsistem algumas dúvidas sobre quem eram na realidade e de onde vieram]. Esta síntese de elementos constitutivos do novo regime instaurou uma ditadura «sem ditador» num regime ainda não institucionalizado, pelo menos até 1933. Apesar deste condicionalismo a prioridade passou a ser o «saneamento financeiro da nação». A incerteza institucional facilitou a ascensão política de António de Oliveira Salazar, com a consequente credibilização pública de algumas reformas por si encetadas a partir de 1929, cujos bons resultados foram desde logo visíveis ao conseguir inverter o défice crónico das contas públicas...

Porque só falam no Estado Novo e esquecem a vergonhosa 1ª república? Parte II

São diversos os autores que consideram que a instauração do Estado Novo (primeiro da ditadura militar) ocorreu num período de relativa estabilidade económica e financeira. Ora, não se compreende de onde retiram essa ideia, porque os números apresentados contrariam claramente essa tese. Provavelmente, a insuportabilidade da verdade histórica incomoda-os, mais do que o rigor das contas públicas!! Outros investigadores, nomeadamente Fernando Costa Pinto, consideram que os grandes saldos negativos das contas públicas a partir de 1919 podem dever-se à fuga de capitais que não foram compensadas por aumentos nas remessas dos emigrantes. Em alternativa, considera o mesmo que esses saldos negativos podem igualmente ser uma consequência da sub-facturação das exportações portuguesas ou da sobre-facturação das importações portuguesas pelas empresas de importação-exportação. Mesmo tendo em conta qualquer uma dessas situações, nada justifica a actuação no plano económico da 1º repúblic...

Porque só falam no Estado Novo e esquecem a 1º República? III

A Ditadura Militar e o Estado Novo Nascido de uma conspiração, o golpe militar de Braga desceu a Lisboa sem resistência visível, sem qualquer mobilização civil para se lhe opor e sem qualquer projecto alternativo ao liberalismo republicano. A Revolução de Maio tanto cooptou uma parte da elite política do regime deposto como viu acrescentar-lhe nas suas fileiras a oposição monárquica e os jovens fascistas [subsistem algumas dúvidas sobre quem eram na realidade e de onde vieram]. Esta síntese de elementos constitutivos do novo regime instaurou uma ditadura «sem ditador» num regime ainda não institucionalizado, pelo menos até 1933. Apesar deste condicionalismo a prioridade passou a ser o «saneamento financeiro da nação». A incerteza institucional facilitou a ascensão política de António de Oliveira Salazar, com a consequente credibilização pública de algumas reformas por si encetadas a partir de 1929, cujos bons resultados foram desde logo visíveis ao conseguir inverter o défice crónic...

Porque só falam no Estado Novo e esquecem a 1º República? II

São diversos os autores que consideram que a instauração do Estado Novo (primeiro da ditadura militar) ocorreu num período de relativa estabilidade económica e financeira. Ora, não se compreende de onde retiram essa ideia, porque os números apresentados contrariam claramente essa tese. Provavelmente, a insuportabilidade da verdade histórica incomoda-os, mais do que o rigor das contas públicas!! Outros investigadores, nomeadamente Fernando Costa Pinto, consideram que os grandes saldos negativos das contas públicas a partir de 1919 podem dever-se à fuga de capitais que não foram compensadas por aumentos nas remessas dos emigrantes. Em alternativa, considera o mesmo que esses saldos negativos podem igualmente ser uma consequência da sub-facturação das exportações portuguesas ou da sobre-facturação das importações portuguesas pelas empresas de importação-exportação. Mesmo tendo em conta qualquer uma dessas situações, nada justifica a actuação no plano económico da 1º república que foi man...

Porque só falam no Estado Novo e esquecem a 1º República?

A desonestidade intelectual é bem patente nas elites portuguesas que induzem o povo a pensar que o atraso de Portugal na época contemporânea se deve ao Estado Novo. Nada mais longe da realidade. Em boa verdade, o atraso de Portugal começou durante a vigência da primeira República. Mas, para sermos rigorosos, esse atraso começou na Revolução Liberal de 1820, quando o país começou a ficar à deriva. Mas se quisermos ainda mais rigor, teremos de recuar no tempo, até Alcácer-Quibir e à dinastia filipina que tomou conta dos destinos do país numa espécie de união Ibérica. Depois, a decadência acentuou-se, já depois da Restauração de 1640, com o ataque ao império ultramarino português e com a consequente perca de territórios. Chegamos então às invasões napoleónicas e à fuga do príncipe-regente e da família real, acompanhada das elites, para o Brasil. E eis-nos chegados à Revolução Liberal de 1820 e à independência do Brasil em 1822. Todos estes períodos foram marcados por inevitáveis decadênc...