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A mostrar mensagens de junho 27, 2021

Regeneradores, históricos e o rotativismo

 Depois das guerras civis e da confusão que foram os governos na década de 1840 surge a regeneração de 1851 que veio colocar alguma ordem no país. Um movimento político-militar - os Regeneradores - chefiada pelo duque de Saldanha, levou à queda ditatorial de Costa Cabral regressado ao poder em 1849. Numa primeira fase o movimento foi liderado por Fontes Pereira de Melo, iniciando-se assim um período de relativa acalmia nas lutas político-partidárias, o que permitiu algum desenvolvimento económico. Os Regeneradores representavam o que hoje chamamos de direita política, mas outro partido político surgiu - os Históricos - fundado em 1852 por Nuno José Severo de Mendonça Rolim de Moura Barreto, 2º marquês e 1º duque de Loulé, marido da Infanta D. Ana de Jesus Maria, chamado de «2º rei de Portugal». Esta formação política estava conotada com a esquerda. O pai de Nuno José, Agostinho José de Mendonça, foi legionário de Napoleão, oficial às ordens de Massena e Grão-Mestre da maçonaria em 1801

Legitimismo, Maria da Fonte, emboscada e patuleias

 Os anos entre 1840 e 1848 foram anos de verdadeira loucura, poderíamos até dizer que foi uma época que atingiu foros de verdadeira demência colectiva . Perante os ataques descabelados a D. Miguel acusado de um sem fim de desgraças, o mesmo era rei de direito e não usurpador como já foi falado num post anterior, surgia assim o legitimismo, formação política que visou defender os direitos dinásticos de D. Miguel. Direitos esses que estavam a ser postos em causa e o banimento de D. Miguel e da sua descendência estava a ser congeminado nos bastidores. A Nação (1845) e depois A Gazeta (1895) foram os seus órgãos na imprensa. Dos seus princípios: « Deus, Pátria e Rei » foram arautos os fundadores do Integralismo Lusitano já no século XX. Depois de 1851, com a Regeneração, os legitimistas unem-se em verdadeiro êxodo para os regeneradores. Em Abril de 1846 deflagrou no termo de Vieira do Minho a Revolução da Maria da Fonte, mais uma, iniciada por um grupo de mulheres lideradas por uma tal de

O cabralismo, a belenzada e a colizão

 A história do século XIX português é a típica história da "casa de tolos". Depois da implantação definitiva do liberalismo (1834 em diante), as lutas pelo poder e pelos "tachos políticos" não mais cessaram. Dir-se-ia que o país vivia em constante rebelião sempre que os devoristas não conseguissem os seus intentos. O sistema político posto em prática por Costa Cabral ficou conhecido por "Cabralismo", causando muitos engulhos e "alarvidades" próprias de uma democracia coxa, sem estatuto reconhecido, sem verdade de fundo, sem qualquer tipo de preparação prévia.   Os irmãos António Bernardo e José Bernardo foram figuras destacadas na vida política do reinado de D. Maria II. Ambos de formação liberal e formados em Direito. Depois da entrada em vigor da constituição de 1838 (setembrismo), António Bernardo é ministro da justiça, afastando-se progressivamente do setembrismo para se aproximar dos cartistas, proclamando a restauração da Carta Constitucion

Devorismo, setembrismo e chamorros

 Os «devoristas» foram o grupo político que se instalou no poder logo após a vitória liberal de 1834, com a vigência da Carta de 1826. A sua acção principal desenvolve-se entre 24 de setembro de 1834 e 9 de setembro de 1836. O termo «devorista» resulta de uma lei datada de 15 de abril de 1835, onde foram colocados à venda em hasta pública os bens nacionais, especialmente os detidos pela igreja católica, mosteiros, abadias e outros, facilitando assim a sua aquisição pelos chefes liberais. Depois de esses mesmos bens terem sido adquiridos pelas facções liberais, dando-se deste modo início à destruição do país, os sectores mais "progressistas" do liberalismo que se mantinham fieis ao «vintismo», representavam em termos actuais a «esquerda» da vida política da época que se concentrava sobretudo no Porto, não estavam contentes com a Carta de 1826. De tal modo que gerou-se um confronto entre o governo e a maioria «cartista», apoiada pelos deputados eleitos por Lisboa e pelo «caciqu