Os «devoristas» foram o grupo político que se instalou no poder logo após a vitória liberal de 1834, com a vigência da Carta de 1826. A sua acção principal desenvolve-se entre 24 de setembro de 1834 e 9 de setembro de 1836. O termo «devorista» resulta de uma lei datada de 15 de abril de 1835, onde foram colocados à venda em hasta pública os bens nacionais, especialmente os detidos pela igreja católica, mosteiros, abadias e outros, facilitando assim a sua aquisição pelos chefes liberais.
Depois de esses mesmos bens terem sido adquiridos pelas facções liberais, dando-se deste modo início à destruição do país, os sectores mais "progressistas" do liberalismo que se mantinham fieis ao «vintismo», representavam em termos actuais a «esquerda» da vida política da época que se concentrava sobretudo no Porto, não estavam contentes com a Carta de 1826. De tal modo que gerou-se um confronto entre o governo e a maioria «cartista», apoiada pelos deputados eleitos por Lisboa e pelo «caciquismo» da província, e os que se lhe opunham, levou à dissolução da Câmara dos deputados. Esta nova revolução ficou conhecida por «Setembrismo».
As novas eleições voltam a favorecer os devoristas, fundamentalmente bachareis e funcionários públicos, aliados do governo, que organizaram e venceram os actos eleitorais que se sucederam favorecendo assim a continuação do regime cartista. Estes devoristas eram cartistas unidos em torno do Grande Oriente Lusitano, ficando conhecidos por «chamorros», grupo considerado próximo de D. Pedro IV e que teve grande e decisiva influência para a vitória liberal de 1834. Era essencialmente um proto-partido político capaz de influenciar a composição dos sucessivos governos dessa época.
O marquês Sá da Bandeira, Passos Manuel e Vieira de Castro restabelecem a constituição de 1822, com umas Cortes constituintes para alterar o que se achava necessário e conveniente à insânia política que regia o país e que o levaria ao descalabro, cujos efeitos, passados quase dois séculos ainda se fazem sentir. O ATRASO DE PORTUGAL COMEÇOU A PARTIR DESSA ALTURA. E quem disser o contrário, tipo os Rosas e restante comitiva comuno-xuxialista, MENTE E DETURPA COM TODOS OS DENTES E NEURÓNIOS.
O governo tem poderes ditatoriais, legisla incessantemente (mal e mal...), sob a liderança de Passos Manuel e Lumiares, mas cairia em maio de 1837. Entretanto uma nova constituição foi criada - um compromisso entre cartismo e setembrismo - e jurada por D. Maria II (coagida, pois claro..) em 4 de abril de 1838.
Em 1842, Costa Cabral, ministro do governo que demagogicamente se batera pelas ideias mais radicais de esquerda, lança no Porto um novo governo autoritário, liquidando o setembrismo. Esquerda e ditadura, sempre caminharam e caminham a par, mas segundo os pacóvios da intelectualidade canhota dos nossos dias parece que não.
O país não quis aceitar mais este desmando político e novas revoluções se seguiram, tal como o contínuo atraso do país. Mas os pacóvios da esquerda dos nossos dias não vêm neste processo nenhum atraso, só evolução..!!
Continua.
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