Depois das guerras civis e da confusão que foram os governos na década de 1840 surge a regeneração de 1851 que veio colocar alguma ordem no país. Um movimento político-militar - os Regeneradores - chefiada pelo duque de Saldanha, levou à queda ditatorial de Costa Cabral regressado ao poder em 1849. Numa primeira fase o movimento foi liderado por Fontes Pereira de Melo, iniciando-se assim um período de relativa acalmia nas lutas político-partidárias, o que permitiu algum desenvolvimento económico.
Os Regeneradores representavam o que hoje chamamos de direita política, mas outro partido político surgiu - os Históricos - fundado em 1852 por Nuno José Severo de Mendonça Rolim de Moura Barreto, 2º marquês e 1º duque de Loulé, marido da Infanta D. Ana de Jesus Maria, chamado de «2º rei de Portugal». Esta formação política estava conotada com a esquerda. O pai de Nuno José, Agostinho José de Mendonça, foi legionário de Napoleão, oficial às ordens de Massena e Grão-Mestre da maçonaria em 1801, eleito por mais de 200 irmãos em casa de Gomes Freire em Lisboa. Com o surgimento dos Regeneradores mostrou-se necessário a criação de um partido que alternasse no poder com estes últimos.
Os Regeneradores consideravam-se os verdadeiros progressistas; porém, o apelativo ficou para os Históricos, imediatamente apelidados de "Tanas". Os Progressistas foram governo pela primeira vez a partir de 3 de junho de 1856, contando com o apoio do duque de Palmela em oposição declarada a Saldanha.
Em 1862 foi criado o partido Reformista por Bernardo de Sá Nogueira de Figueiredo, marquês de Sá da Bandeira, que entrou em ruptura com o partido Histórico, nomeadamente, com o marquês e duque de Loulé. Mas as cisões no partido Histórico não se ficaram por aqui. Conhecidos por "Tanas", subdividiram-se em duas formações antagónicas, uma chefiada por Lobo d´Ávila, baptizada de "unha negra" e a outra comandada por José Anselmo Braacamp, conhecida por "unha branca". Recomeçavam deste modo as lutas políticas e pelo poder.
Muitos dos reformistas foram apoiantes da Janeirinha, sendo mobilizados pelo governo de António José Lobo d´Ávila, o "unha negra", entre 4 de janeiro de 1868 a 15 de julho desse mesmo ano. Mas seria com o governo de Sá da Bandeira, a partir de 22 de julho de 1868 até 11 de agosto de 1869 que surgiu o reformismo propriamente dito, que dizia querer fazer reformas e economias. A janeirinha tinha sido um movimento subversivo contra a política fiscal do governo de Fontes Pereira de Melo, especialmente contra a regulamentação do imposto sobre o consumo (Sisa), assumindo esta nova revolução carácter de relativa gravidade em virtude da pronta adesão do povo das cidades de Lisboa, Porto e Braga, levando à queda do ministério de Joaquim António de Aguiar. A presidência do novo gabinete foi entregue no dia 6 de janeiro ao conde d´Ávila. Mas em julho desse ano, as rivalidades entre os unhas negras e os unhas brancas vinha ao de cima. De tal modo que em 1876 com o pacto da Granja, houve uma fusão dos históricos com os reformistas, dando origem ao partido Progressista. De uma anterior cisão, históricos/reformadores, dava-se agora uma fusão, históricos + reformistas = progressistas. Digamos que este foi o partido a dispor de um programa político no sentido moderno do termo.
Embora congregasse os que aspiravam à democratização do regime, depressa a sua prática governativa demonstrou o contrário e a realidade; o caciquismo, os jogos de poder, a corrupção e a venalidade que lhe estava associada, bem comuns na época.
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