Na esteira da guerra Ucrânia/Rússia a emergência de um novo bloco oriental tornou-se numa preocupação comum a todos os observadores e analistas políticos. Este bloco já não está mais centrado em Moscovo mas em Pequim. Muitos países asiáticos, assim como africanos e da América do Sul e até mesmo dos Balcãs, são satélites da China comunista.
Essencialmente porque os mesmos são devedores do Eximbank e do Estado chinês, entidades totalmente controladas, convém sublinhar, do partido de Xi Jing Ping. Desde o início da guerra na Ucrânia que Riad e Abu Dhabi questionaram Washington sobre a real estratégia americana para esta questão.
Parece que a UE não está a ter em conta esta situação e, como sempre tem sido norma, os líderes europeus não estão bem cientes do que poderá vir a suceder a curto/médio prazo. A desestabilização do Médio-Oriente vai continuar e este novo bloco oriental, a leste do canal de Suez, baseado em negócios de petróleo, certamente irá provocar dificuldades ao mundo Ocidental.
De um lado estão os interesses petrolíferos dos países da OPEP e do outro, os interesses, não muito bem salvaguardados, das necessidades energéticas da UE e seus aliados. Este bloco geoestratégico em vias de se estabelecer, ameaça directamente a estabilidade de certas regiões com a união de diversos países como a Índia e a Turquia que recusaram as sanções à Rússia. Ora, todos estes desenvolvimentos, irão de uma forma ou de outra legitimar intervenções no Líbano e no Yémen, tal como em Taiwan. E o mundo Ocidental nada poderá fazer para impedir essas intervenções por parte da Arábia Saudita e da China. E veremos como irá evoluir a delicada questão de Caxemira.
A China hoje, com o seu carácter totalitário, é vista pelos seus vizinhos asiáticos e do Pacífico como uma entidade nacional ameaçadora. Deste modo, Pequim tem hoje poder suficiente para dissuadir qualquer tentativa de retaliação aos seus objectivos. A UE e os EUA andam há muito a dormir, preocupados com assuntos menores e sem sentido prático, ao sabor de agendas destrutivas guiadas pela extrema-esquerda. Está na hora de acordarem!
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