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Há liberdade contra a liberdade

O conceito de liberdade acompanha o homem desde os alvores da civilização. Todo o homem é livre quando pode dispor de si próprio sem qualquer espécie de condicionalismos, seja para o bem ou para o mal. A liberdade emana directamente do livre-arbítrio, e, tal como a etimologia da palavra o deixa bem expresso, o livre-arbítrio implica liberdade; liberdade de acção, liberdade de escolha, liberdade de movimentos, liberdade nos mais diversos parâmetros.
A liberdade é tão antiga quanto a humanidade, e hoje, se chegou onde chegou, isso deve-se ao livre-arbítrio da humanidade. Em si ela é um factor ético, ou metafísico, necessário e útil ao homem. De forma nenhuma o conceito pode ser entendido como resultante da acção política ou económica, como hoje é usual pensar-se. Quem não tiver memória curta sabe que a história se repete, incessantemente, e sempre que a liberdade é entendida como uma extensão e consequência de qualquer acção política ou económica, a mesma perde o seu sentido inicial e o seu sentido mais puro. A liberdade passa a ser vista como "uma conquista que não se consegue conquistar". 
Daqui nasce a degenerescência da liberdade - a libertinagem - e a sua consequente metamorfose; a liberdade tal como hoje é entendida, não é liberdade nenhuma. O velhinho slogan abrilista mais gasto do que farrapo bolorento, de "não há liberdade contra a liberdade" é falso, é uma mentira muito bem urdida pelo neo-ditadores democráticos deste país.
HÁ LIBERDADE CONTRA A LIBERDADE, sobretudo contra aquela corrente que desvalorizou o termo tornando-o estéril e propenso às maiores confusões. Não é em ditaduras ditas duras (antidemocracias) que a liberdade é atacada e decomposta no seu contrário, mas sim em ditaduras ditas macias (democracias).
Nos regimes democráticos não temos liberdade de dizer "as verdades que são incómodas para o statu quo vigente, e quem o fizer pode ser punido, multado, preso, ridicularizado e até ostracizado.

Ora então responda quem puder: Onde está a liberdade??

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