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A Europa deve apoiar Taiwan

As experiências passadas do século XX com os seus horrores brutalmente totalitários e depois das condenações, mais ou menos sinceras, do Processo de Nuremberga em 1946 passando pelo "affair" Khrouchtchev de 1956, possibilitam-nos compreender melhor o estabelecimento das ditaduras cibernéticas dos nossos dias. 
Os que amaram Hitler e Estaline, amam em Xi Jinping o estalinismo assumido e reencarnado, assim como o neo-nacional-socialismo que o mesmo incarna.

Tsai Ing-wen vence presidenciais de Taiwan - ZAP 
 Tsai Ing Wen, actual Presidente da República de Taiwan.


No passado dia 18 de Maio o Wall Street Journal através de Robert Zoellick (antigo membro dos governos Bush) dava conta precisamente desta situação em que a China está prestes a «imperializar» toda a Ásia oriental e central, com todo o perigo que isso representa, não apenas para a região, mas também para os próprios EUA e Europa. "Os EUA não querem uma nova Guerra Fria" dizia Zoellick, mas o facto é que ela não resulta de vontades mas sim de factos, de condicionalismos e de modos diferentes de encarar o mundo e as relações humanas com ele.

Todas as nações, do Casaquistão à Malásia, da Índia ao Japão, passando pelo Vietname e com a esperada excepção da Coreia do Norte, temem e denunciam o imperialismo chinês ao mesmo tempo que não sabem muito bem como lhe fazer face. A guerra comercial EUA/China, não é apenas na sua génese uma mera discordância de princípios e práticas comerciais, é muito mais do que isso, é o assumir pleno do perigo que a China representa hoje para o mundo, nomeadamente, para os seus vizinhos mais próximos.

Zoellick pretende que a Europa tome parte no processo e medeie o diálogo, impedindo, ou tentando impedir, a «imperialização» em curso desse espaço geográfico. Mas na verdade a Europa não está preparada para tal desiderato, demasiadamente dependente da indústria chinesa e com a sua diplomacia política pendente e dependente de acordos comerciais muito duvidosos e mal geridos. Não esqueçamos a ilusão dos acordos de Yalta e de Postdam em 1945...

Muita coisa se passou no mundo antes do coronavirus, mas agora, com a pandemia na ordem do dia a acelerar os problemas, as incertezas são mais do que muitas e não se sabe muito bem o que poderá vir a acontecer. Isto é bem visível tendo em conta que, desde 1997 o governo de Pequim não desiste de reverter a lei «das liberdades garantidas dos 50 anos», prevista pela lei fundamental de Hong Kong. A recente reunião do dia 21 de Maio dos 3000 delegados do Partido Comunista chinês, ou seja, a guarda pretoriana do estalinista nacional-socialista Xi Jinping, confirmam a vontade de vergar Hong Kong aos objectivos comerciais da ditadura chinesa.

Relativamente a Taiwan, a ditadura chinesa insiste na reunificação, endurecendo o tom e com ameaças cada vez mais pungentes. Mas vamos à história: quando é que a ilha fez parte da China? 

Foi apenas em 1685 que o império Manchou, dinastia reinante na China desde há 40 anos antes, se apoderou da ilha conhecida outrora por Formosa, descoberta e colonizada pelos portugueses.
Em 1895, a decadente dinastia dos Qing, vencida pelos japoneses, perderia o domínio sobre a ilha pelo tratado de Shimonozeki. 

Depois da Segunda Guerra Mundial, a China volta a reclamar a posse da ilha mas sem efeitos práticos, pois, em 1949, depois de Mao Tsé Tung instaurar a ditadura comunista na China, o seu adversário nacionalista Tchang Kai Chek, refugia-se na ilha de Taiwan à cabeça dos restos políticos e militares do «Kouo Min-Tang» . Foram transferidos para a ilha os tesouros artísticos do Museu de Nankin e aí se manteve, de modo fictício, a República da China até 1971. 

O regime chinês, enquanto um dos cinco vencedores da Segunda Guerra Mundial, conseguia um acento permanente no conselho de segurança das Nações Unidas, como muleta de Nixon e Kissinger para deter e combater a influência soviética no mundo.

A partir dessa altura Taiwan começa a perder as suas prerrogativas internacionais, mesmo e apesar de o regime estabelecido por Tchang Kai Chek e pelo seu filho e sucessor Tchang Ching Kuo, derivar para uma democracia bipolar onde os dois partidos em compita reflectirem a pluralidade étnica da população da ilha. Um dos partidos era fortemente anti-comunista, mas mesmo assim, manteve relações amigáveis com o império do meio. O outro partido é de tendência autonomista insular o reclama o direito à independência, mais uma vez reafirmada pela sua corajosa Presidente Tsai Ing Wen, reeleita recentemente para um segundo mandato e são muitas as vozes, especialmente nos EUA, que defendem a integração de Taiwan na OMS e em outras organizações mundiais. Significará esta tomada de posição dos americanos o início de uma nova Guerra Fria? Será esta atitude comparável à que permitiu fazer face às pressões soviéticas em 1948 perante o bloqueio de Berlim? Ainda é cedo para responder a esses perguntas, mas uma coisa é certa, o apoio do Ocidente a Taiwan marcará o início da libertação do povo chinês, no seu conjunto, às garras imperialistas de cunho estalinista e nacional-socialista do actual governo chinês.

 

Comentários

  1. Desde o início da sua presidência, que Trump tem demonstrado não ser nada mais do que um fiel lacaio dos interesses sionistas que há décadas dominam todo o aparelho de Estado norte-americano, a ponto de os Estados Unidos, hoje, não serem mais do que uma mera colónia de Israel. Aliás, o controlo que o Sionismo exerce sobre o sistema político estado-unidense é tal, que tornou-se virtualmente impossível um Presidente ser eleito por aquelas bandas sem primeiro prestar vassalagem a Israel e jurar que vai defender Israel e destruir todos os inimigos de Israel, porque, of course, Israel is our greatest ally! Fuck, yeah!

    Como é óbvio, os fanáticos pró-sionistas, sejam eles cristãos evangélicos ou outros quaisquer idiotas, nunca vão admitir que não passam de meras marionetas nas mãos dos sionistas, tal como nunca vão admitir que o Estado de Israel tenta sistematicamente influenciar o resultado das eleições nos Estados Unidos a seu favor, através de um misto de acções que vão desde o suborno de figuras influentes da política americana, à pirataria e guerra informática nas redes sociais, passando pelas ameaças e chantagens de toda a espécie. Mas, of course, Israel is our greatest ally! Fuck Yeah!

    Digo-o sem qualquer rodeio ou hesitação: o Mundo civilizado nunca precisou tanto de uma Rússia forte, de uma China forte e de um Irão forte, como hoje! Estes três países constituem hoje o bastião da resistência nacionalista contra o Sionismo Internacional e Internacionalista, que se não for atempadamente travado, acabará por arrastar a Civilização para as trevas mais absolutas e miseráveis de que há memória.

    https://verdade-proibida.blogspot.com/

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  2. Caríssimo. Eu concordo consigo quanto à questão do sionismo e é um facto que qualquer presidente americano está e estará pendente do sionismo. O problema sionista tem as suas origens no século XVIII e XIX, especialmente neste último, problema este que nunca foi resolvido de modo satisfatório. Aliás, nunca houve um esboço, fosse ele qual fosse, da parte das monarquias europeias para evitar o aparecimento do sionismo. O romantismo e o racionalismo, sobretudo de origem alemã, foram os grandes responsáveis por aquilo que hoje está a acontecer. Caso a intransigência e o ódio cego relativamente aos judeus tivesse sido resolvido, ou pelo menos atenuado, não haveria sionismo. A criação do Estado de Israel foi um erro crasso, mais valia terem assimilado os judeus nos países onde os mesmos estavam radicados há séculos. A insistência em quererem fazer deles os "bodes expiatórios revelou-se uma tragédia e uma fatalidade da qual ainda iremos arcar as consequências durante muito tempo.
    Só discordo de si num ponto, não me parece, de todo, que uma China forte seja bom para o mundo, o que aliás está hoje a ver-se. A Rússia e o Irão, apesar das suas especificidades e culturas muito próprias, são mais parecidas com a cultura europeia do que a cultura chinesa, que está totalmente nos antípodas. A China não pensa como nós (ocidentais), a ditadura comunista que por lá dita leis não tem nenhum problema em sacrificar milhares ou mesmo milhões dos seus cidadãos, agora imagine se tiver de sacrificar ocidentais... veja bem o que já está a acontecer, dominam a produção industrial, dominam uma boa parte das tecnologias de ponta, já se dão ao luxo de financiar países e dívidas soberanas dos mesmos, para além de outras coisas mais...

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  3. Caro Emídio, sobre a China leia isto:

    https://verdade-proibida.blogspot.com/2020/06/o-sionismo-internacional-china-maoista.html

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