A China está ver-se acusada de negligência criminosa nesta questão do Covid-19. O Ocidente já tinha motivos de sobra para questionar a eficácia do regime chinês relativamente a questões de saúde: estado sanitário lamentável, alimentação de todo o tipo de porcarias, subvalorização da vida humana que provocou uma resposta tardia à pandemia na maioria dos países. Não por acaso, a China veio ainda há poucos dias rectificar os números de mortos no país, acrescentando às suas contas (oficiais) mais 1300 mortos. Mas há quem diga que devam ser bem mais, conhecendo-se a dissimulação e a negligência chinesa.
Saindo da crise há relativamente pouco tempo, o regime chinês já se vangloria de ter tudo em marcha, de estar a trabalhar a 100% e colocando-se na vanguarda do comércio mundial, enquanto que o mundo Ocidental tem de continuar em estado de contingência.
Quando a Itália se sentiu abandonada, os chineses vieram em seu auxílio, numa de caridade bacoca e serôdia, mas ao mesmo tempo pondo a nu as carências e a ausência de solidariedade de uma UE que não era previsto ser o que é. Para além do mais, podemos claramente ver uma tentativa do governo comunista chinês colocar em causa uma globalização demasiadamente centrada no Ocidente. Desenha-se assim um braço-de-ferro entre os EUA e a China com consequências ainda não muito bem discerníveis, mas que de certeza serão muito mais graves do que a guerra económica entre os dois países no ano de 2018. Os americanos já deixaram de doar dinheiro à OMS, acusada, nomeadamente, pelo seu chefe em mandato (o comuna etíope), de estar em conluio com os chineses e de também ela (a OMS) ter reagido tarde ao problema. Trump exige um inquérito rigoroso, falta saber se Xi Jinping ficará de braços cruzados ao mesmo tempo que a opinião pública comece a desgastá-lo e ao seu governo (execrável) comunista.
Perante a pressão americana, Xi Jinping vai negando as acusações e o mundo começa a escolher de que lado da barricada se quer colocar. Putin parece dar preferência aos chineses enquanto que o resto do mundo, pelo menos o mais civilizado e avançado, ficará quase de certeza do lado americano. A tensão começa a aumentar de dia para dia e os interesses geopolíticos também não ficam de fora da equação; Se a responsabilidade chinesa se vier a confirmar e provar, que tipo de sanções poderão ser aplicadas à China?
Será possível, tendo em conta a actual situação mundial, exigir compensações à China? E como aplicar sanções a um regime comunista que não respeita os direitos humanos e faz tábua rasa de tudo o que não seja ideologia comunista? E ainda, como vergar um regime político que tem muita dificuldade em lidar com a verdade e que depende da sua imensa mão-de-obra escrava para sobreviver? Todas estas questões podem ir longe, muito longe, quer em consequências imediatas, quer em futuros conflitos...
A questão da mundialização, da globalização sem limites e fronteiras sofre assim um retrocesso, mas o pior de tudo é permitir que um regime totalitário comunista seja hoje o garante de muitas coisas básicas do dia a dia do Ocidente, tal como os aspectos mais vitais e os aspectos mais estratégicos. Tal como a UE mandatou Erdogan para impedir o constante afluxo de refugiados do terceiro-mundo à Europa, também Xi não necessita de orientar os seus exércitos contra a Europa, bastará deixar de abastecer os europeus ou largar os refugiados para a submersão da Europa no caos e nas guerras civis, com a destruição do continente e dos povos europeus a prazo.
Só lamento (não sei se esta será a palavra indicada no caso) que os políticos europeus sejam uns traidores, vendidos desde há muito aos interesses globalistas e de casta elitista; para conseguirmos reverter os perigos que se aproximam a passos largos será preciso, antes de mais, abandonar-mos a nossa cómoda posição de consumidores despreocupados e distraídos com lazeres de todo o tipo, para que os nossos inimigos não nos passem literalmente a ferro. Temos, povos europeus, de reagir rapidamente e fazer das fraquezas forças.
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