Avançar para o conteúdo principal

A igualdade envenenada

A igualdade é um veneno insidioso do qual todos nós acarretamos as suas consequências. Toda a gente sabe (os que forem sérios e descomprometidos com o politicamente correcto) que a igualdade nos actuais moldes, não existe, não pode existir.
A igualdade enquanto conceito naturalista e conceito puramente filosófico manifesta-se na perfeição dentro dos seus limites, mas enquanto conceito político, a coisa é bem diferente. A igualdade surgiu na filosofia grega e mesmo que a "igualdade de todos os homens" ainda que não estivesse, porventura, de todo ausente na filosofia não chegou a pesar demasiado no pensamento político. O conceito de igualdade mantinha-se unido ao ideal de justiça. Mais tarde, com o estoicismo e o cristianismo o conceito torna-se mais directo e revelador, por participarem igualmente da razão universal (estoicismo) ou por serem criaturas de Deus (cristianismo), todos os homens são iguais em dignidade ou importância. Em ambos os casos o que se afirmava era um facto, mais do que um ideal, um facto sobre a importância cósmica do homem e o seu significado aos olhos de Deus.

A partir do século XVIII o conceito naturalista de igualdade é tomado de assalto pelas hostes revolucionárias, tendo sido o conceito totalmente deformado, e a partir daqui a igualdade perde o seu sentido inicial deixando de ser um conceito naturalista para passar a ser um dogma político. E aqui começaram os problemas. A igualdade é apenas política, tendo deixado de ser naturalista, aniquila as nossas crenças e ignora as nossas intuições e gostos pessoais. Impossibilita-nos qualquer separatismo.

Porque temos de ser iguais? Iguais a quê? Como considerar iguais as desigualdades? E porque tem de ser a igualdade norma numa sociedade desde os primórdios desigual?
Evidente que a igualdade, natural e intrínseca, transformou-se num dogma político, do qual, concretamente, o politicamente correcto se alimenta abundantemente.

Este dogma da igualdade inverte as polaridades, fomenta o relativismo e o facilitismo, etapas seguintes da desformulação política e filosófica. Tanto faz se uns são bons e outros são maus, se uns são eficientes e outros não, se uns se esforçam e outros não, a igualdade elimina as diferenças, são todos iguais.... A excelência e a meritocracia passam a recordações macabras do passado..

O artigo 1º dos direitos do homem adverte que: «todos os homens nascem e permanecem livres e iguais em direitos». Ora aí está, em direitos, e esses direitos são de índole naturalista; as hostes revolucionárias foram as causadoras da "desnaturalização" da igualdade, pois ao ser tomada de assalto pelo politicamente correcto promoveu uma igualdade que não eleva os homens nem lhes dignifica os seus esforços, bem pelo contrário, rebaixa-os à mediocridade prevalecente mas igualitária, e porque de dogma se trata há uns mais iguais do que outros.., dependendo das circunstâncias e interesses.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Santos do dia: São Tiago e São Cristóvão.

 Hoje dia 25 de  Julho, dia dedicado a São Tiago. De igual modo, e por imposição da igreja católica, este dia também passou a ser dedicado a São Cristóvão. O que aconteceu foi que o santo Cristóvão só foi reconhecido pela hierarquia católica a partir de finais do século XIII e, em todos os locais onde se pretendeu venerar esse santo, antes do antedito século, tal não foi possível, venerando-se assim São Tiago.  É uma situação curiosa, mas parece que assim foi, pois na minha freguesia existe uma capela milenar dedicada a São Cristóvão, e hoje mesmo neste dia se celebra a dita festa, para além de outros santos ali cultuados, mas existe por lá uma imagem de São Tiago, muito antiga. Os próprios livros de contas das festas referem o culto a São Tiago como sendo já bastante antigo, «de longa memória» como ali se afirma.  Em mais duas freguesias relativamente próximas à minha aconteceu precisamente a mesma coisa,  uma capela e uma igreja que são hoje dedicadas a São Cr...

Os 99 graus da maçonaria.

 Tudo é mistério, mistério que nada tem de misterioso. Tudo é oculto, ocultismo que brilha intensamente. Brilho não declarado, que escurece até a mais alva luz. Tudo é luz, na escuridão e na penumbra. Peidos e água fresca  para um homem muito moderno [o homem aqui é a sociedade burrocratizada], que se acha nos confins das auroras modernistas. Vivem na ilusão, muito contentes e ciosos de si, convencidos do paternalismo daqueles que nos querem destruir a prazo. Um tolinho que eu sou, conspiracionista e negacionista, de mangas largas e costas quentes.

O marxismo cultural militante, o privilégio branco e as reparações.

 Partindo do zero, a militante marxista afro-americana Patrisse Cullors é expulsa da casa dos pais aos 16 anos, por confessar tendências queer. Aos 29 licencia-se me filosofia, percurso pouco brilhante. Mas tudo mudaria após ser uma das co-fundadoras, em 2013, do movimento Black Lives Matter . Depressa se torna uma celebridade e é indigitada porta-voz da comunidade negra norte-americana; imprensa, televisões, recompensas diversas, conferências remuneradas, livros, documentários, parcerias diversas (Guiscard, 2021, p. 129).  O cúmulo dos cúmulos, dar rios de dinheiro a gente que nada sabe de nada, nada produz de bom para a sociedade a não ser lixo académico para reduzir os europeus aos maiores carniceiros e racistas da história. Mas veja-se a lata desta gente, latão para ser mais exacto. Todo este engajamento muito lucrativo da Patrisse Cullors fez com que a mesma começasse a investir os milhões auferidos; comprou entre 2015 e 2020 quatro grandes casas e uma Villa  por ma...