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As três lições do caso George Floyd

Ninguém ignora a onda de choque mundial causada pela morte de George Floyd um americano negro morto mediante uma interpelação policial. A polémica, atiçada pelos marxistas culturais, pelos anti-racistas de serviço, pelos antifas e pelos especialistas do racismo em geral, não conseguem ocultar três factos muito importantes.

O 1º facto: o mito do massacre dos negros pelos brancos:  

Apesar das acusações regulares contra os brancos - particularmente dos polícias brancos - os negros não são o bode expiatório racista das forças policiais nos EUA. Um estudo publicado no ano de 2019 pelo procurador de Michigan e Maryland, revela que existem estatísticas étnicas sobre crimes, mas que não existe uma base nacional de dados sobre as etnias dos polícias envolvidos. Os poderes públicos e a imprensa, dizem os investigadores, não têm nenhuma relação entre a cor dos polícias e a cor das pessoas mortas, explica o professor de psicologia Joseph Cesario. Diz ainda o mesmo que a probabilidade de se ser morto por um polícia depende das taxas de criminalidade local de cada comunidade. Com efeito, se os brancos em determinado bairro cometem crimes violentos, têm mais probabilidades de serem mortos pela polícia (Whashington Street Journal, 23/07/2019).  Deste modo os negros mortos (assim como os brancos) pela polícia são-no porque praticam crimes violentos. Segundo o jornal citado e através de  uma investigação de Heather Mc. Donald em 2018, 53% dos homicídios e 60% dos assaltos violentos foram cometidos por negros, considerando que os negros representam 13% da população americana. Em 2019, 1004 pessoas foram mortas por polícias e dessas, apenas um quarto eram negras (números constantes desde 2015). Segundo investigações recentes (2/06/2020; Whashington Street Journal) a probabilidade de um polícia ser morto por um negro é 18 vezes superior do que um negro ser morto por um polícia!! De um modo geral, os negros são mortos por outros negros e quase sempre dentro das mesmas comunidades, 88,9% dos casos segundo dados do FBI para 2019. Por outro lado, 25 % das polícias americanas são de raça negra e hispânica. Em Los Angeles a percentagem chega aos 50%..


O 2º facto: A polícia americana não é a mesma de Portugal, ou até mesmo da Europa

Os polícias americanos trabalham num contexto muito diferenciado relativamente à Europa, nos EUA há aproximadamente 300 milhões de armas nas mãos dos cidadãos para uma população de 329 milhões, ou seja, quase uma arma por habitante. Consequentemente, a hipótese de um polícia ser atingido por uma arma de fogo é muito elevada. É habitual ver-se um polícia a puxar de arma aquando de uma operação stop ou de rotina, o próprio contexto moral é diferente, as noções de bem e de mal estão mais extremadas, ao contrário da Europa, onde os valores foram irremediavelmente invertidos, sendo a própria polícia coagida à sua inacção, em nome do anti-racismo mediático, do anti-fascismo e da suposta violência policial. Nada disto se passa nos EUA, onde a consciência colectiva diferencia claramente entre «os maus e os bons». A morte dos «maus» é muito menos traumatizante nos EUA do que na Europa. Devemos igualmente ter em conta que as forças policias americanas estão mais descentralizadas, dividida em numerosos serviços locais dependentes de administrações locais, onde as leis de Estado para Estado diferem. Na Europa, as forças policias foram criadas não para defesa e protecção dos cidadãos (caso dos EUA), mas para proteger os interesses políticos e também, para mitigar a crença patológica da bondade humana.


 


O 3º facto: A questão negra existe e está presente na sociedade americana:

As redes americanas do Black Lives Matter estimuladas pela extrema-esquerda têm como único propósito a violência de rua. Seria errado analisar o movimento apenas como uma manipulação política sem fundamento étnico. Tocqueville na sua obra "Da Democracia na América", dizia que «os que esperam que os europeus se confundam um dia com [os negros] vivem e acreditam na utopia durável (...) onde os negros conseguiram sobrepor-se, os brancos foram destruídos e eliminados».
A questão negra nos EUA é muito complexa, mesmo tendo em conta que muitos negros vivem no país há muito mais tempo que alguns brancos, sejam eles anglo-saxões, irlandeses, italianos ou alemães. O facto primordial é que os negros continuam a ser minoritários, não apenas no aspecto demográfico mas também social e cultural, e os emigrantes europeus que chegaram e chegam ao país fundem-se repetidamente no WASP  (White Anglo-Saxons Protestans). Isto não é surpresa! Desde sempre que os homens se identificam com determinados grupos, com determinadas opções de vida, maneiras de estar de e de ser. Não compreender isto, sobretudo da parte dos extremistas de esquerda, é nada saber do mundo e das relações humanas com o mesmo, é acreditar que as raças não existem e nunca existiram (uma distopia gramsciana), é nada compreender das relações socias e da psicologia profunda dos povos. O problema étnico perdurará no tempo.

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