As sociedades pós-modernas confrontam-se nesta segunda década do século XXI com novos tipos de conflitos. Estes passaram, em parte, da esfera económica para as esferas cultural, social e política, estando relacionados de muito perto com o acesso à informação e à educação, a qualidade de vida, a exigência de novos direitos de participação pública (sem os correspondentes deveres, o que dá inevitavelmente asneira!) e uma nova categoria de cidadania e de direitos de nacionalidade ou ausência das mesmas. A progressiva substituição do Jus Sanguinis pelo Jus Solis é devida, em parte, a interesses políticos e financeiros dos Estados e, por outra parte, tem a ver com o fim das pátrias tal como as conhecemos. Esta revolução trouxe consigo a promessa de liberdade e de progresso, de redefinição de fronteiras num quadro de um mundo sem fronteiras, aberto a todos, sem distinção de origens, de raças ou de culturas. A globalização, para acontecer e ser uma realidade duradoura, precisa destes artifícios e destas mentiras em nome de um mundo mais justo e mais igualitário.
A igualdade e a justiça nas mãos dos globalistas abrem-se em novos campos de forças, a abstracção social e a deformação étnica vão até à informalidade das teorias, passando pelo aleatório e ao combinatório com o próprio vazio. A irrupção do absurdo, a rejeição da história e a sua desconstrução, a introdução de novas teorias sociais com recurso à colagem e sobreposição de idiossincrasias e pelo cultivo da utopia como imagem de marca de uma futura (bem próxima) sociedade sem defeitos, sem problemas funcionais e sem necessidades do que quer que seja. Esta imagem, idílica, de uma sociedade sem necessidades é a antítese de uma sociedade ordenada, com valores e respeitadora de cada indivíduo individualmente e colectivamente. O homem é um conquistador por natureza; o esforço, a abnegação, o sacrifício, o altruísmo são a sua imagem de marca e toda a sociedade que não se esforça, que não procura realizar-se para além das (falsas) aparências e que renuncia à sua própria evolução, num quadro de realização profunda dos seus sonhos, decai, esgota-se, entra num círculo vicioso de auto-destruição.
É isto que a globalização pretende, para além do fim das pátrias e das nacionalidades, pretende o fim da ordenação mental, do espírito de conquista, do fim da vida vibrante e do início da destruição de uma humanidade que demorou cerca de seis milénios para chegar onde chegou. Nem tudo foi bom e pacífico, claro, mas o que a globalização nos vai trazer, e já o trouxe, é o corte com o passado e o presente para um futuro mais do que duvidoso [embora afirmem que isto vai ser tudo uma maravilha..], um futuro sem futuro recheado de medos, de incongruências e de ilogismos.
É isto que a globalização pretende, para além do fim das pátrias e das nacionalidades, pretende o fim da ordenação mental, do espírito de conquista, do fim da vida vibrante e do início da destruição de uma humanidade que demorou cerca de seis milénios para chegar onde chegou. Nem tudo foi bom e pacífico, claro, mas o que a globalização nos vai trazer, e já o trouxe, é o corte com o passado e o presente para um futuro mais do que duvidoso [embora afirmem que isto vai ser tudo uma maravilha..], um futuro sem futuro recheado de medos, de incongruências e de ilogismos.
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