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O enviesamento inconsciente - o preconceito presentista

Vimos no post anterior a manipulação e a distorção que o Google faz às buscas pedidas. As buscas que exemplifiquei anteriormente, feitas em inglês, são as que apresentam maiores níveis de distorção do que é pedido. O mesmo acontece em francês. Mas se as buscas forem feitas em outras línguas que não europeias, essa distorção não acontece. Por exemplo, a busca por homens brancos no Google Turquia, apenas mostra imagens de crianças ou homens brancos. Em geral, nas línguas de outros continentes que não o europeu, o que obtemos assemelha-se ao que é pedido e é apenas nas línguas europeias que o que pedimos nas buscas se afasta completamente do que se pretendia, e então, em inglês, é onde mais descaradamente essa situação acontece.

O enviesamento "cozinhado" nas universidades americanas explica-se do seguinte modo; o chamado «enviesamento latente», quando numa busca por físicos famosos o ecrã percorre oito homens brancos, começando com Isaac Newton e a última imagem, a nona, é de Marie Curie, a única mulher da lista. Isto demonstra e explica o «enviesamento latente» quando o algoritmo do computador faz um viés relativamente aos homens. Mas há outro tipo de enviesamento, chamado de «enviesamento de selecção», que se pode explicar pelo exemplo de treino de um computador para reconhecer rostos. Perguntam-nos: quando recolhe fotos da internet ou da sua própria biblioteca de imagens, certifica-se de escolher fotos que representem toda a gente? Vejam bem a armadilha!
As fotos do Google são de pessoas com ou sem lenços na cabeça, pessoas de todas as cores de pele e de idades diferentes? A tecnologia usa a aprendizagem de máquinas para evitar que a tecnologia perpetue enviesamentos humanos negativos.

Isto pretende impedir que "informação ofensiva ou claramente enganadora", apareça no topo dos resultados da busca e fornecer uma ferramenta de feed-back para alertar sugestões de ódio ou inapropriadas!!! O doidismo desta gente não conhece limites. O exemplo que citei acima da busca por físicos famosos, é composto maioritariamente por homens e nada se pode fazer relativamente ao facto de haver muito poucas mulheres. A máquina parece ter contornado o problema enfatizando outros tipos de diversidade. Embora a primeira imagem a aparecer no Google imagens sobre físicos famosos seja a de um homem branco, a segunda é a de um candidato negro ao doutoramento em Joanesburgo. A quarta foto é de Einstein e a quinta de Stephen Hawking.

Há algo a dizer sobre isto, sobre a loucura entamada disto. Provavelmente, ninguém desejaria que uma jovem mulher pensasse não poder tornar-se física, só porque, historicamente, tem existido uma predominância de homens na área. Da mesma forma, pouca gente desejaria que um jovem, homem ou mulher de qualquer raça, pensasse que um campo particular lhes estava vedado porque as pessoas com a sua cor de pele não foram anteriormente dominantes nesse campo. [Murray; 2020, pp. 128 e 129]

CONTUDO, EM QUALQUER NÚMERO DE BUSCAS OU ASSUNTO QUE SEJA, O QUE SE REVELA NÃO É UMA VISÃO JUSTA DAS COISAS, MAS UMA VISÃO QUE ENVIESA SEVERAMENTE A HISTÓRIA E A APRESENTA COMO UM PRECONCEITO DO PRESENTE.

Vejam bem a loucura em último grau disto, pretende-se enviesar a história apresentando-a como um preconceito do presente!!!! Tamanha loucura não lembraria nem ao diabo...

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