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O rigorismo do Manuel Rezende

Leio hoje no jornal "O Diabo" a páginas 23 um artigo de opinião de Manuel Rezende que me parece totalmente descabido e sem razão de ser. Refere-se o mesmo ao "falso rigor do Chega" relativamente à proposta de revisão constitucional deste partido. No primeiro ponto que diz respeito à castração química de pedófilos, pergunta o Manuel se o Estado tem o direito de mutilar os cidadãos. Talvez não o tenha, mas também não tem o direito de permitir que pedófilos e outros que tais continuem a praticar crimes de natureza sexual, pois é precisamente isso que acontece, por mais penas de prisão que se apliquem. Pergunta ainda o Manuel se se pode admitir um direito penal que imponha uma pena eterna sobre um homem, sem hipótese de redenção, de reinserção ou de perdão? Mas que nos explique lá o Manuel quando e onde é que um pedófilo se redimiu ou redime, se arrependeu ou arrependa dos seus actos? Diz ainda o mesmo que uma direita conservadora deve lutar contra estes propósitos de engenharias sociais brutais que pretendem através de operações e meios farmacêuticos cortar as bases de actuação de pedófilos e abusadores sexuais. Uma direita conservadora não é nada disto que diz o Manuel, ela tem obrigação, moral e social, de eliminar estes elementos estranhos ao corpo social de uma qualquer civilização. Se não for pela castração será por outros meios, isolamento social, banimento ou outros parecidos. Não há volta a dar, não é com penas de prisão que o problema fica resolvido nem com tretas modernas de incompatibilidades sociais e desvirtuamentos morais.

Diz o Manuel, na continuação do seu raciocínio deturpado, que não é com penas de prisão severas que se resolvem as novas tipologias de crimes hoje existentes. Então é com quê?? Com paninhos quentes?? Com teorias desfasadas da realidade??? Com o típico discurso esquerdista que afirma que a culpa dos crimes acontecerem é da sociedade??

A última questão refere-se ao trabalho forçado dos prisioneiros. Eu tenho realmente algumas dúvidas quanto ao trabalho forçado, mas entendo que os prisioneiros deveriam trabalhar para pagar os custos da sua prisão. Esse papel não deveria caber às vítimas nem aos contribuintes. E as vítimas? Onde é que elas se situam no meio disto tudo? Porque é que o Manuel não se refere a elas?

Dá-me a sensação que o Manuel Rezende pratica aqui uma demagogia zarolha e está a fazer um frete, pelo menos é isso que se depreende deste seu discurso, aos esquerdistas e à mentalidade esquerdista que enforma o país.

 

Está enganado sr. Manuel Rezende, a revisão constitucional é urgente, nestes e em outros assuntos, tal como a mudança do código penal completamente obsoleto relativamente à tipologia de crimes que não existiam há trinta anos atrás, ou que pelo menos eram muito raros e hoje são por demais recorrentes. E é certo e sabido que as penas de prisão, por si só, não resolvem o problema. Querer combater a violência social e psicológica com cócegas e falsas teorias sociais é revelador de uma mente esquerdista. O senhor Manuel Rezende não é de direita, muito menos conservadora,  é de esquerda, lamento dizer-lho. Um neognóstico à boa maneira dos que se dizem uma coisa e na realidade são outra.


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