Avançar para o conteúdo principal

Uma pausa, para organizar

Há momentos na vida que nos obrigam a parar, na "arte da escrita", porque a escrita também engloba os blogueiros que a praticam com cuidados e com o respeito de certas regras. Eu acredito que todos nós, blogueiros, mantemos um blog porque nos revemos na "arte da escrita", acreditamos no poder da palavra geradora de ideias e de confrontos verbais que são a essência da sublimidade do pensamento, dentro das devidas regras. 

As ideias e as forças (não exclusiva de blogueiros, claro) que daí emanam alimentam muitas "fés", muitos ideais, muitas certezas, muitos momentos de tudo e mais alguma coisa. Uma "panóplia", uma paródia e um gigante paralogismo.

A minha vida profissional é exigente; a exigência pode ser medida a vários níveis, quero com isto dizer que durante algum tenho de dar prioridade à minha vida familiar e profissional sobre a escrita num blogue. Não quero também e, por outro lado, dizer com isto que estou desiludido. A "arte da escrita" é uma arte que tem muitos parâmetros, dedicação, gosto pessoal, alguma aptidão e sentido apurado; nem todos a compreendem assim. É difícil escrever o que seja e na vertente que seja em Portugal, os níveis de ignorância primária, e desculpem a expressão por parecer exagerada, são assustadoramente altos para uma sociedade que se acha muito moderna (?)  

Os índices de leitura são deprimentes, lê-se muito o que não interessa ou interessa pouco e lê-se muito pouco, em diversas situações, o que interessa. Este progressivo embotamento do sentido crítico da sociedade é a consequência lógica dos métodos educativos (escolas, outros aparentados, disfunções várias) que são ineficazes e apenas criaram uma sociedade moderna portuguesa, semi-ignorante, para ser simpático, recheada de tecnologia de massas, que mal sabe escrever, apenas consegue fazer contas aos soluços e ignora de modo quase auto-masoquista a História de Portugal, os seus principais envolvimentos políticos, económicos e sociais,  os principais enredos e causas, motivos e reacções.

 

A pausa não é definitiva, pretende-se dispor de tempo para ler umas coisas que andam para ser lidas há muito, e claro, para pensar, ter espaço e sossego para tal.

 

Comentários

  1. Parece-me muito sensato da sua parte, caríssimo! Mais vale escrever menos e bem (no sentido de escrever algo com conteúdo pertinente) do que muito e mal!

    Ficaremos a aguardar o seu regresso!

    Cumprimentos!

    ResponderEliminar
  2. Facebook, twitter, etc, é para esquecer... a blogosfera vai sendo o último reduto da liberdade de expressão.

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Mensagens populares deste blogue

Santos do dia: São Tiago e São Cristóvão.

 Hoje dia 25 de  Julho, dia dedicado a São Tiago. De igual modo, e por imposição da igreja católica, este dia também passou a ser dedicado a São Cristóvão. O que aconteceu foi que o santo Cristóvão só foi reconhecido pela hierarquia católica a partir de finais do século XIII e, em todos os locais onde se pretendeu venerar esse santo, antes do antedito século, tal não foi possível, venerando-se assim São Tiago.  É uma situação curiosa, mas parece que assim foi, pois na minha freguesia existe uma capela milenar dedicada a São Cristóvão, e hoje mesmo neste dia se celebra a dita festa, para além de outros santos ali cultuados, mas existe por lá uma imagem de São Tiago, muito antiga. Os próprios livros de contas das festas referem o culto a São Tiago como sendo já bastante antigo, «de longa memória» como ali se afirma.  Em mais duas freguesias relativamente próximas à minha aconteceu precisamente a mesma coisa,  uma capela e uma igreja que são hoje dedicadas a São Cr...

Os 99 graus da maçonaria.

 Tudo é mistério, mistério que nada tem de misterioso. Tudo é oculto, ocultismo que brilha intensamente. Brilho não declarado, que escurece até a mais alva luz. Tudo é luz, na escuridão e na penumbra. Peidos e água fresca  para um homem muito moderno [o homem aqui é a sociedade burrocratizada], que se acha nos confins das auroras modernistas. Vivem na ilusão, muito contentes e ciosos de si, convencidos do paternalismo daqueles que nos querem destruir a prazo. Um tolinho que eu sou, conspiracionista e negacionista, de mangas largas e costas quentes.

O marxismo cultural militante, o privilégio branco e as reparações.

 Partindo do zero, a militante marxista afro-americana Patrisse Cullors é expulsa da casa dos pais aos 16 anos, por confessar tendências queer. Aos 29 licencia-se me filosofia, percurso pouco brilhante. Mas tudo mudaria após ser uma das co-fundadoras, em 2013, do movimento Black Lives Matter . Depressa se torna uma celebridade e é indigitada porta-voz da comunidade negra norte-americana; imprensa, televisões, recompensas diversas, conferências remuneradas, livros, documentários, parcerias diversas (Guiscard, 2021, p. 129).  O cúmulo dos cúmulos, dar rios de dinheiro a gente que nada sabe de nada, nada produz de bom para a sociedade a não ser lixo académico para reduzir os europeus aos maiores carniceiros e racistas da história. Mas veja-se a lata desta gente, latão para ser mais exacto. Todo este engajamento muito lucrativo da Patrisse Cullors fez com que a mesma começasse a investir os milhões auferidos; comprou entre 2015 e 2020 quatro grandes casas e uma Villa  por ma...