«Sá Carneiro explicava então muito bem, e com um ar convincente, a opção social-democrata do PPD, sem as promiscuidades marxistas de Mário Soares. (...) Sá Carneiro sonhava alvoroçadamente com São Bento. O seu mais directo rival nas urnas era Mário Soares, e tinha de cobri-lo com pequenas aleivosias. Chamava-lhe esquerdista e parente de Álvaro Cunhal nos oráculos do marxismo, procurava subtrair-lhe a fascinação que ele exercia sobre milhares de portugueses. Soares odiava-o por essas agressões corrosivas.» - ANTUNES, José Freire - Sá Carneiro um Meteoro nos Anos Setenta, 3ª ed. Lisboa: Editora D. Quixote, 1982, p. 128.
Já repararam bem que a morte de Sá Carneiro permitiu que o socialismo podre e falso germinasse!!! Permitiu igualmente que Soares pudesse tomar de assalto o poder e roubar quanto quis para ele e para os amigos!!!
«Henry Kissinger chamou-lhe, com perfídia (a Soares), um novo Kerensky. Na febre do Verão operou nas barricadas e encheu-se de rubor a gritar contra os comunistas. No Estádio das Antas sagrou-se campeão da cruzada nortenha. Na Fonte Luminosa, com a alameda transbordante de povo, deu o primeiro empurrão a Vasco Gonçalves. Os conservadores rodearam-no de grinaldas. O embaixador dos EUA, Frank Carlucci, nunca lhe negou os préstimos e foi uma espécie de militante número um do PS. Justiça seja feita a Carlucci: apostou no cavalo certo.» ANTUNES, 1982, p. 125.
O problema do assassinato de Sá Carneiro e de Amaro da Costa não tinha apenas a ver com o problema de tráfico de armas americanas para o Irão via Portugal, como se quer fazer crer, o problema era muito mais vasto. Sá Carneiro ia colocar o país nos eixos (não interessam para aqui os seus defeitos pessoais) e fazer de Portugal uma Suiça sem neve. Claro que isto nada interessava aos americanos, sempre dependentes da miséria dos outros para ditarem leis. Esta foi a oportunidade de ouro para Soares e seu séquito de maltrapilhos socialistas tomarem conta dos destinos do país. Oportunidade essa que sem o assassinato de Sá Carneiro nunca teria sido possível.
Tirem as vossas conclusões, mesmo com um jornaleco (vulgo pasquim de fraca qualidade) a dizer na edição de hoje que afinal a tese de atentado pode não se confirmar. Só não vê quem não quer...
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