Tanto o super-capitalismo como o colectivismo são filhos do mesmo 
princípio fundamental da negação da unidade da natureza subordinada a 
Deus e que conduziu, inevitavelmente, o mundo ao barbarismo actual 
representado pela quase degradação do homem aos seus mais baixos 
instintos. O nivelamento por baixo e a escravidão são a consequência 
fatal dessa desregulação social. Na teoria e na prática o comunismo é a negação dos princípios cristãos, 
inclusive daquele princípio enunciado por Gelásio: 
«Há dois poderes 
pelos quais é governado este mundo, o que é simplesmente distinguir 
entre Deus e César, mas sem negar os direitos de César». 
O comunismo é o pior dos monismos democráticos representando uma fase 
da revolução, da qual a Revolução Francesa foi um simples episódio, mas 
com a característica imprevista de se revestir de uma forte autoridade.
George Burdeau afirmava que é incontestável que o comunismo procura ir 
tão longe quanto possível na realização democrática do governo do povo 
por si próprio e nisso reside a doença incurável de toda a fórmula 
democrática. O povo é apenas um elemento em bruto sem capacidade para 
agir directamente. Como toda a gente sabe, os postulados de Karl Marx 
foram todos desmentidos pela realidade mas ainda há quem não queira 
ver...
Cabral de Moncada dizia que a democracia popular dos comunistas é, ou 
tende a ser, cada vez mais, uma democracia de homens destituídos de 
personalidade, ou seja, uma democracia de máquinas, de escravos, de 
robostes. É uma forma teratológica de democracia: uma democracia 
mutilada, degenerada.
Amadeo de Fuenmayor regista que o comunismo criou um novo capitalismo, 
muito mais despótico e cruel do que o antigo. Se antigamente a injustiça
 era originada pela inibição dos Poderes Públicos, agora a injustiça 
provém do Estado recém-transformado em juiz e parte interessada ao mesmo
 tempo. E quando os interesses estão polarizados, como pode o Estado funcionar convenientemente? Como pode o Estado defender quem trabalha, produz e paga impostos?
Karl Marx era burro, era como uma 
porta, e ainda há nos dias de hoje quem louve e faça vénias a esse 
tipo... o que Marx poderia criticar era apenas, em alguns casos, a concentração excessiva 
de capital e não a existência de capital.
Já Chesterton dizia com muita razão e
 acuidade: «O que se deve censurar no capitalismo não é que ele tenha 
capitalistas a mais, mas sim, que não os tenha em número bastante.»
E não é preciso muito para se chegar a essa 
conclusão; os povos mais prósperos são aqueles onde existe o regime de 
propriedade privada. Nos estados colectivistas ou comunistas é notória a
 carestia de bens, a miséria de alguns, sendo as desigualdades muito 
maiores entre os privilegiados desses regimes e a restante população. E
 se dúvidas houver basta olhar para o que foi a URSS durante uma boa 
parte do século XX, havendo até autores que afirmam que a Rússia estaria
 hoje muito melhor e provavelmente seria hoje a primeira potência do 
mundo se não tivesse passado pela fase comunista. E nem sequer vou falar no que se passa na Venezuela e na Coreia do Norte. O caso da China, mesmo sendo um regime comunista, é um pouco diferente.
A democracia individualista e o comunismo têm conduzido a humanidade à degradação total.
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