Avançar para o conteúdo principal

A vilafrancada e a abrilada

A vilafrancada foi uma espécie de golpe de Estado ocorrido entre 23 de maio e 3 de junho de 1823, iniciado em Vila Franca de Xira, cujo objectivo primordial, ou um deles, seria o reconhecimento do direito de D. Miguel ao trono português, perante as atitudes dúbias e a falta de categoria de seu irmão, D. Pedro IV. Por outro lado e por arrasto, a vilafrancada encerrou definitivamente o 1º período do liberalismo conhecido como «Vintismo». 

Um dos principais estrategas desta revolução foi o conde de Amarante que andou pelo Minho, Beiras e Trás-os-Montes, aliciando partidários para a causa miguelista e contra o poder discricionário de Lisboa, mancomonado com os sectores maçónicos que pretendiam a todo o custo evitar que o absolutismo voltasse a vigorar em Portugal. O que as hostes maçónicas receavam não era o absolutismo em si e já de si obsoleto, era antes um contra-ideal que visava colocar Portugal nos eixos e impedir o parlamentarismo, que tão nefasto foi e continua a ser ao país, como se viu e continua a ver! A quem serviu o liberalismo e a quem interessava o mesmo? Ao país? ao povo? aos cleptocratas? à maçonaria? acho que todos sabem a resposta...

O facto é que a revolução de 1820 executada pelo exército, via em 1823 o mesmo exército a executar outra revolução para liquidar a anterior. E isto foi a norma até 1851, e também depois de 1851, revolução, contra-revolução, revolução, contra-revolução, sempre assim, numa espiral de insanidade sem fim à vista. E ainda há quem procure as razões do atraso de Portugal no século XX, especialmente na altura do Estado Novo. Estão bem enganados, ou até mesmo antes iludidos, basta analisar Portugal a partir da revolução liberal de 1820. COMEÇA AQUI O VERDADEIRO ATRASO DE PORTUGAL, e não mais em sítio ou período algum!! 

É sabido que o desfecho da vilafrancada colocou em tassalhos o vintismo, arrebentou com o mesmo, o que hoje seria equivalente, com as devidas distâncias temporais, mutáveis contextos históricos e diferenças de pormenor, a arrebentar com a extrema esquerda no poder. De resto, nada mais aconteceu que defendesse os direitos e prerrogativas dinásticas de D. Miguel.

A 29 de abril de 1824 dava-se a abrilada, com as tropas aquarteladas em Lisboa a revoltarem-se; o comandante-chefe, D. Miguel, manda-as concentrar no Rossio enquanto um batalhão de caçadores cerca o palácio real da Bemposta onde estava o (fraco) rei D. João VI. Este movimento militar foi uma nova tentativa, uma posição de força de D. Miguel para ser coroado rei e, ao mesmo tempo, acabar com a influência nefasta da maçonaria. A tentativa fracassa, por conjuras e traições diversas, sempre com o dedo da maçonaria (e ainda existe gente que acredita na bondade dessa seita maligna), partindo D. Miguel para o exílio.


Miguel I de Portugal – Wikipédia, a enciclopédia livre

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Santos do dia: São Tiago e São Cristóvão.

 Hoje dia 25 de  Julho, dia dedicado a São Tiago. De igual modo, e por imposição da igreja católica, este dia também passou a ser dedicado a São Cristóvão. O que aconteceu foi que o santo Cristóvão só foi reconhecido pela hierarquia católica a partir de finais do século XIII e, em todos os locais onde se pretendeu venerar esse santo, antes do antedito século, tal não foi possível, venerando-se assim São Tiago.  É uma situação curiosa, mas parece que assim foi, pois na minha freguesia existe uma capela milenar dedicada a São Cristóvão, e hoje mesmo neste dia se celebra a dita festa, para além de outros santos ali cultuados, mas existe por lá uma imagem de São Tiago, muito antiga. Os próprios livros de contas das festas referem o culto a São Tiago como sendo já bastante antigo, «de longa memória» como ali se afirma.  Em mais duas freguesias relativamente próximas à minha aconteceu precisamente a mesma coisa,  uma capela e uma igreja que são hoje dedicadas a São Cr...

Os 99 graus da maçonaria.

 Tudo é mistério, mistério que nada tem de misterioso. Tudo é oculto, ocultismo que brilha intensamente. Brilho não declarado, que escurece até a mais alva luz. Tudo é luz, na escuridão e na penumbra. Peidos e água fresca  para um homem muito moderno [o homem aqui é a sociedade burrocratizada], que se acha nos confins das auroras modernistas. Vivem na ilusão, muito contentes e ciosos de si, convencidos do paternalismo daqueles que nos querem destruir a prazo. Um tolinho que eu sou, conspiracionista e negacionista, de mangas largas e costas quentes.

O marxismo cultural militante, o privilégio branco e as reparações.

 Partindo do zero, a militante marxista afro-americana Patrisse Cullors é expulsa da casa dos pais aos 16 anos, por confessar tendências queer. Aos 29 licencia-se me filosofia, percurso pouco brilhante. Mas tudo mudaria após ser uma das co-fundadoras, em 2013, do movimento Black Lives Matter . Depressa se torna uma celebridade e é indigitada porta-voz da comunidade negra norte-americana; imprensa, televisões, recompensas diversas, conferências remuneradas, livros, documentários, parcerias diversas (Guiscard, 2021, p. 129).  O cúmulo dos cúmulos, dar rios de dinheiro a gente que nada sabe de nada, nada produz de bom para a sociedade a não ser lixo académico para reduzir os europeus aos maiores carniceiros e racistas da história. Mas veja-se a lata desta gente, latão para ser mais exacto. Todo este engajamento muito lucrativo da Patrisse Cullors fez com que a mesma começasse a investir os milhões auferidos; comprou entre 2015 e 2020 quatro grandes casas e uma Villa  por ma...