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O mito igualitário

 Em todas as épocas, sociedades ou tempos, existem uma ou mais lendas fundacionais; um mito subjacente que reflecte o zeitgeist de cada tempo concreto. Todos os que vivem no Ocidente contemporâneo vivem encolhidos pelo mito da igualdade. As instituições políticas e sociais funcionam a partir da premissa (falsa) que todos os seres humanos são essencialmente iguais e que quaisquer desigualdades no mundo são, como tal, aberrantes, sendo imperioso desfazer as desigualdades nem que seja de forma coerciva.

"A pior forma de desigualdade é tentar tornar iguais coisas desiguais". Já o dizia Aristóteles, mas passados mais de dois mil anos, são muitos ainda aqueles que insistem em não ver o erro!

Contratações, despedimentos, admissões em Academias e até mesmo os padrões da linguagem estão sujeitos aos ditames loucos dos princípios igualitaristas. Endeusa-se os campeões da igualdade fazendo dos mesmos santos da racionalidade, ao mesmo tempo que se diaboliza os oponentes de tal doidice, considerando-os e classificando-os de ignorantes provincianos e arruaceiros provocadores!!

Não obstante o modo como o mito da igualdade tem sido "embalado e vendido", as suas origens são, de certo modo, surpreendentes. O mito igualitário, em si, não é somente um produto do racionalismo iluminista sendo também um produto da metafísica e da teologia cristã. A escolha lógica de todo e qualquer ser humano inteligente, relativamente ao igualitarismo, não se funda em evidências científicas ou investigações racionais. Não existe base científica credível para tal asserção, a realidade e a ciência empíricas permanecem como pontos-chave embaraçosos para os pensadores igualitaristas, pois elas são reveladoras de que os seres humanos de modo algum são iguais, bem pelo contrário, possuindo amplas e distintas capacidades e aptidões. 

Em face desta situação, os igualitaristas são obrigados a recorrer ao argumento metafísico que considera os seres humanos com a mesma essência espiritual e o mesmo valor moral e, perante isto são iguais em dignidade e justiça. Esta igualdade perante Deus está bem expressa em Gálatas 3:26-29, 10:34-35 e 17:26. Ora acontece que os igualitaristas, na falta de argumentos válidos, tentam extrapolar a igualdade de nascimento dos homens onde todos têm a mesma dignidade e valor moral perante Deus, querendo estender esse princípio a todos os aspectos gerais da vida. Para além disso, e de modo leviano, os teóricos da igualdade à força [há quem lhes chame os "teóricos da punheta"] pensam que basta invocar este princípio sem qualquer evidência empírica. Mas os que não partilham da tolice igualitária mostram e defendem as suas posições com abundantes factos estatísticos e empíricos, o que continuamente embaraça os proponentes da nefasta teoria igualitária.

Não restam dúvidas de que a aceitação não-avaliada de mitos, provoca mal-entendidos e falsas perspectivas da vida e do mundo. O tolismo do mito da igualdade penaliza os talentosos, causa invejas, elimina a meritocracia e conduz a sociedade a um estado de mediocracia e a um nivelamento social por baixo, que no fundo, é o desejo das elites (outro termo mal empregue e dissonante) que comandam os destinos do mundo. Os seres humanos mais dotados e mais capazes são sistematicamente discriminados, no intuito de beneficiar os mais ordinários e medianos - veja-se o sistema de quotas na política, no tecido empresarial e comercial -, a excelência é olhada com suspeição e não é recompensada de todo. O resultado final do tolismo igualitário é, como já dito mais acima, o nivelamento por baixo e também a contra-produtividade e a não-naturalidade, porque a evolução favorece a diferenciação, a hierarquia e o progresso das formas de vida mais elevadas. Tudo temas com os quais os tolinhos da igualdade têm dificuldade em lidar e aceitar.

Por outro lado, o mito da igualdade conduz à degeneração dos valores e dos ideais [não faltam exemplos desses ao longo da história]. Honra, fidelidade e transcendência são virtudes aristocráticas (virtudes dos homens superiores), e, deste modo, não têm lugar na sociedade dos "iguais". Daqui se segue a decadência social, lares e famílias destroçadas, crime, vícios, inveja, tudo frutos do igualitarismo. Quando não existem ideias superiores para se alcançar, a sociedade estagna e entra em decadência, é inevitável. Até mesmo a arte é afectada pela malignidade da igualdade, pois a sociedade igualitária direcciona a sua energia para a pacificação e divinização do "homem normal", matematicamente falando, para o mais baixo denominador comum. O resultado é, arte sem sentido, destinada a chocar ou simplesmente a ornamentar, por vezes de forma escandalosa, mas sempre travestida dos mais baixos instintos.

NÃO EXISTE "IGUALDADE", DE HOMEM PARA HOMEM HÁ DIFERENÇAS, INTERESSES DIVERSOS, APTIDÕES PARA CERTOS TEMAS OU ACTIVIDADES E CAPACIDADES DIFERENTES EM DIFERENTES ÁREAS. O HOMEM MERECE NÃO UM TRATAMENTO IGUAL, MAS SIM UM TRATAMENTO ADEQUADO ÁS SUAS CAPACIDADES E VALOR PARA A SOCIEDADE. O PERIGOSO E IRRACIONAL MITO IGUALITÁRIO TEM DE SER ERRADICADO, SOB PENA DE A DOENÇA E A PARALISIA ALASTRAREM, ASSIM COMO A DECADÊNCIA QUE JÁ ESTÁ BEM ACELERADA.

 

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