A «Luta de Classes» designa um estado de tensão, ou um antagonismo, nem sempre declarado, entre diversas classes sociais derivado da posse dos meios de produção e da desigual distribuição dos resultados que essa mesma posse implica.
Ora, assim sendo, a natureza da sociedade humana é determinada pela posse do capital. Esta, a lógica de todo o pensamento marxista, que vê na propriedade privada a razão de a humanidade permanecer dividida entre exploradores e explorados. Em consequência, toda a história se resume à «Luta de Classes», onde os explorados encetam uma guerra (Revolução Social) para proteger os seus direitos económicos. O objectivo final passa pelo fim do Estado e a consequente eliminação da propriedade privada, a que se seguirá o fim da guerra, da miséria, da exploração, dos vícios e de todas as violências associadas às desigualdades sociais. Nesse momento, a atingir num futuro indeterminado, o homem passará a ser naturalmente bom e pacífico, à boa maneira de Rousseau.
Muitos foram os autores, esclarecidos diga-se de passagem, que viram no socialismo marxista o triunfo mais espantoso da falácia romântica sobre a mentalidade racional, ou melhor, sobre a verdadeira e possível natureza humana. A falácia romântica exige, a todo o momento, que qualquer defeito "do estado de graça" do homem seja explicado e justificado mediante as circunstâncias que o rodeiam e condicionam, em maior ou menor grau, e não através de si próprio, das suas imperfeições e inaptidões, sejam elas físicas, morais, espirituais ou culturais e até mesmo da hereditariedade.
É precisamente isto que acontece com a «Luta de Classes» e com todas as outras reivindicações marxistas e/ou comunistas, as mesmas ignoram ou "varrem para debaixo do tapete", o funcionamento das espécies, dos grupos, dos indivíduos complexamente associados numa ecologia que a todos engloba.
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